Pelas janelas do salão de Jim Daly, na pequena cidade de C., o sol poente brilhava em manchas amarelas, iluminando os copos espalhados nas mesas e os rostos dos vários homens reunidos perto do balcão. A maioria eram fazendeiros, com uma pitada de comerciantes, enquanto em meio a eles destacava-se o jornalista da vila, e todos discutiam uma notícia surpreendente que se espalhou pela cidade e seus arredores. Walter Stedman, um trabalhador da fazenda de Albert Kelsey, havia agredido e assassinado a filha de seu empregador. Tal notícia se difundiu e espalhou horror generalizado entre os cidadãos. Um fazendeiro declarou testemunhar o ato enquanto caminhava por uma estrada vizinha e, tendo sido sempre famoso por sua covardia, em vez de correr para ajudar a menina, foi buscar um grupo de mineiros que atravessavam um campo nas proximidades na volta do almoço. Quando chegaram ao local, no entanto, onde Stedman (como eles deduziram) havia cometido sua atrocidade, apenas a garota jazia, na
Uma noite, cerca de oito meses atrás, me encontrei com alguns colegas de faculdade no alojamento do nosso amigo Louis R. Nós bebemos ponche e fumamos, conversamos sobre literatura e arte, e falamos muitas asneiras, como qualquer outro grupo de rapazes. De repente, a porta se abriu e um sujeito que era meu amigo desde a infância irrompeu quarto adentro como um furacão. — Adivinhem de onde eu venho? — Ele gritou. — Aposto que do Mabille — respondeu um de nós. — Não — disse outro — você está muito alegre, devia estar emprestando dinheiro, enterrando um tio rico ou penhorando seu relógio. — Você estava ficando sóbrio — exclamou um terceiro — e, ao sentir o cheiro de ponche vindo do quarto do Louis, veio aqui para ficar bêbado novamente. — Todos erraram — ele respondeu. — Venho de P., na Normandia, onde passei oito dias e de onde trouxe um de meus amigos, um grande criminoso, a quem pedi permissão para apresentar a vocês. Com essas palavras, ele tirou do bolso uma mão longa e