Uma noite, cerca de oito meses atrás, me encontrei com alguns colegas de faculdade no alojamento do nosso amigo Louis R. Nós bebemos ponche e fumamos, conversamos sobre literatura e arte, e falamos muitas asneiras, como qualquer outro grupo de rapazes. De repente, a porta se abriu e um sujeito que era meu amigo desde a infância irrompeu quarto adentro como um furacão. — Adivinhem de onde eu venho? — Ele gritou. — Aposto que do Mabille — respondeu um de nós. — Não — disse outro — você está muito alegre, devia estar emprestando dinheiro, enterrando um tio rico ou penhorando seu relógio. — Você estava ficando sóbrio — exclamou um terceiro — e, ao sentir o cheiro de ponche vindo do quarto do Louis, veio aqui para ficar bêbado novamente. — Todos erraram — ele respondeu. — Venho de P., na Normandia, onde passei oito dias e de onde trouxe um de meus amigos, um grande criminoso, a quem pedi permissão para apresentar a vocês. Com essas palavras, ele tirou do bolso uma mã...
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